Policiais protestam na Costa Rica após redução de descanso para operação contra o crime organizado
Várias manifestações de policiais fora de serviço aconteceram na quinta-feira (20) na Costa Rica em protesto contra a redução das horas de descanso imposta pelo governo para implementar uma operação especial contra o crime organizado.
Pequenos grupos de agentes em seu tempo livre se reuniram e bloquearam ruas em diferentes partes do país. Em San José, eles bloquearam o trânsito em uma praça central, e outro grupo se manifestou no acesso ao aeroporto na cidade vizinha de Alajuela.
Eles também bloquearam temporariamente as principais rotas da capital para as costas do Pacífico e do Caribe.
À noite, uma manifestação de várias dezenas de agentes de folga aconteceu em frente à casa particular do presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, a quem eles acusam de ter reduzido seus dias de folga.
O presidente anunciou na última quarta-feira um aumento de 700 novos agentes e uma mudança nos horários dos atuais oficiais uniformizados, que desfrutavam de 6 dias de folga por 6 dias de trabalho e agora devem trabalhar 6 e descansar 4.
"Polícia unida, jamais será vencida" ou "não ao seis por quatro" foram as proclamações mais repetidas pelos agentes mobilizados em frente à casa do presidente.
O governo anunciou que 9.500 dos 12.000 policiais do país ficarão de plantão por seis meses.
“Estamos lutando por nossos direitos”, disse ao canal costarriquenho Teletica um agente que se manifestava em frente à casa de Chaves, que não se identificou. "É um trabalho muito estressante", enfatizou.
Os agentes frisaram que os protestos vão continuar diariamente até que o Executivo decida se retratar da decisão de reduzir as folgas dos policiais uniformizados.
O ministro da Segurança Pública, Jorge Torres, dirigiu-se aos agentes do protesto por meio de um vídeo enviado à imprensa para dizer-lhes que "a Costa Rica precisa de vocês hoje".
“Devemos fazer a nossa parte e nos unir para dizer 'não mais' aos criminosos. Vamos colocar em primeiro lugar o benefício comum representado por esta decisão temporária”, disse o ministro.
Torres destacou que a medida é "temporária" e "excepcional" e que, apesar de "levantar dúvidas" entre os policiais, "foi tomada para ter um maior número de policiais na rua".
O ministro convidou os dirigentes sindicais da Polícia para uma reunião nesta sexta-feira para discutir a situação.
P.Raval--BD