Ao menos 9 civis morrem em ataque atribuído a jihadistas no Mali
Um grupo de supostos jihadistas atacou um aeroporto e um acampamento militar vizinho no centro do Mali neste sábado (22), matando nove civis e ferindo outros 61, informou o governo regional.
"Um balanço provisório dá conta de nove mortos e 61 feridos, todos civis, e de importantes danos materiais", indicou o governo regional em comunicado.
Dois cargos eleitos locais e uma fonte diplomática afirmaram que o acampamento militar, próximo da localidade de Sevare, na região de Mopti, tem presença de tropas russas.
Em 2022, a junta militar que governa o país africano começou a trabalhar com o que denominou de "instrutores" militares russos, mas seus opositores asseguram que são mercenários do Grupo Wagner.
"Os alvos do ataque foram o acampamento russo e seus aviões. O acampamento está próximo do aeroporto", assinalou um funcionário local à AFP.
O ataque durou das 5h30 locais até as 8h (das 2h30 às 5h no horário de Brasília) deste sábado, segundo informações de funcionários civis e militares.
Quatro fortes explosões foram ouvidas, além de disparos de armas automáticas, explicaram testemunhas à AFP. Perto do aeroporto, também era visível uma coluna de fumaça.
A área já está sob controle dos militares malineses.
Um cargo eleito local disse que houve intervenção de soldados senegaleses da missão da ONU no Mali, a Minusma.
O acampamento da Minusma ocupa quatro hectares do terreno adjacente ao aeroporto e ao acampamento do Exército malinês utilizado pelos russos.
A AFP fez contato com um responsável da Minusma, que não quis fazer declarações.
O governador de Mopti, o coronel Abass Dembele, visitou o local. Segundo o seu gabinete, o ataque foi realizado com um "carro-bomba".
Um militar malinês, que pediu anonimato, classificou o incidente de ataque "terrorista".
O Mali tem vivenciado a expansão do jihadismo e da violência de todo tipo desde a eclosão de rebeliões no norte do país há mais de uma década.
F.Varghese--BD