Rivais do premiê votam na penúltima etapa das eleições indianas
A Índia retomou neste sábado (25) suas eleições gerais de seis semanas com votações na capital, onde participam os principais opositores do primeiro-ministro Narendra Modi, que denunciam uma campanha judicial contra suas candidaturas.
Em meio a um alerta para temperaturas acima dos 40ºC em Nova Délhi e suas imediações, os locais de votação abriram às 7H00 locais para a penúltima das sete fases das eleições.
Com mais de 968 milhões de eleitores registrados, a votação no país mais populoso do mundo termina em 1º de junho e os resultados devem ser anunciados três dias depois.
Modi, chefe de Governo nacionalista hindu, 73 anos, mantém índices elevados de popularidade após uma década no poder, e seu partido, o Bharatiya Janata (BJP), perfila-se para uma terceira vitória eleitoral.
Suas perspectivas foram reforçadas por várias investigações judiciais contra seus adversários, que preocuparam o comissário de direitos humanos da ONU, Volker Turk, e ONGs sobre a equanimidade das eleições.
O ministro-chefe do estado de Délhi, Arvind Kejriwal, um dos líderes mais importantes de uma aliança heterogênea de partidos que almeja derrotar o BJP, passou várias semanas na prisão este ano por caso de suposta corrupção.
A Suprema Corte determinou a libertação sob fiança do político de 55 anos, que fez campanha eleitoral pedindo aos indianos que votem contra o que definiu como uma "ditadura" nascente.
"Por favor, votem, aproveitem o seu direito ao voto e votem contra a ditadura", declarou Kejriwal neste sábado em Nova Délhi.
- Alerta para o calor -
As eleições chegaram neste sábado à capital, Nova Délhi, e aos estados vizinhos, onde a agência meteorológica nacional emitiu um alerta vermelho devido a temperaturas que podem chegar aos 44ºC.
Até agora, a participação nas eleições caiu vários pontos em relação a 2019, um retrocesso que analistas atribuem à esperada vitória de Modi e às temperaturas elevadas na Índia nas últimas semanas.
Na capital, também votou outro líder de destaque da oposição, Rahul Gandhi, do partido Congresso Nacional Indiano, que também integra a coalizão criada contra o primeiro-ministro. Após votar, ele tirou uma selfie com a mãe, Sonia, mas não falou com a imprensa.
Herdeiro de uma dinastia que dominou a política indiana por décadas e filho, neto e bisneto de primeiros-ministros, Gandhi foi condenado por difamação no ano passado, após uma denúncia de um membro do partido de Modi.
A pena de dois anos de prisão levou à sua inabilitação parlamentar, até que o veredicto foi suspenso por uma instância superior.
Gandhi também denunciou que seu partido não tinha dinheiro para a campanha, depois que autoridades congelaram suas contas bancárias em fevereiro devido a uma disputa fiscal.
Opositores políticos e ativistas internacionais alertam há tempos para o declínio democrático na Índia. O centro de reflexão americano Freedom House apontou neste ano que o BJP "usa cada vez mais as instituições do governo contra opositores políticos".
W.Atwal--BD