Agressão contra premiê dinamarquesa provavelmente não teve 'motivações políticas'
Autoridades dinamarquesas informaram neste sábado (8) que a agressão contra a primeira-ministra do país, Mette Frederiksen, a qual lhe causou uma "leve entorse cervical", provavelmente "não teve motivações políticas".
Frederiksen, de 46 anos, caminhava pelas ruas de Copenhague quando recebeu um “forte empurrão”, disseram testemunhas à imprensa local.
O suspeito, um homem de 39 anos com nacionalidade polonesa, foi detido em flagrante e um juiz decidiu neste sábado que ele permanecerá em prisão preventiva até o dia 20 de junho, segundo informou o promotor Taruk Sekeroglu.
“A nossa principal hipótese é que não há motivação política. Mas isto é algo que a polícia irá investigar”, disse Sekeroglu, após a audiência em um tribunal nos arredores de Copenhague.
O promotor afirmou que o suspeito foi acusado de violência contra funcionário público e que havia risco que ele fugisse.
A primeira-ministra está “chocada com o incidente” e cancelou suas atividades neste sábado, anunciou o chefe do gabinete do governo em comunicado.
Depois de ter sido atacada ontem, Frederiksen "foi levada ao Rigshospitalet para um exame médico. O ataque lhe causou uma leve entorse cervical", acrescentou seu gabinete.
Durante a audiência, o Ministério Público apresentou a declaração de um médico que descreveu o suspeito como uma pessoa desequilibrada e que agiu sob efeito de alguma substância, noticiou a mídia local.
A agressão ocorreu às vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, nas quais os dinamarqueses são chamados a votar no domingo (9) para eleger 15 deputados.
De acordo com as pesquisas, o Partido Social-Democrata de Frederiksen está em boa situação para manter os três assentos que possui.
Duas testemunhas disseram ao jornal dinamarquês BT que viram Frederiksen chegar a uma praça no centro de Copenhague pouco antes das 18h locais (13h de Brasília). “
"Um homem veio na direção oposta e deu-lhe um forte empurrão nas costas, fazendo com que ela tropeçasse para o lado" sem cair, afirmaram.
As testemunhas descreveram o agressor como um homem alto e magro e disseram que ele tentou fugir rapidamente após o ataque, mas foi imobilizado no chão por vários homens vestidos de terno.
- Um "ato vil" -
Vários líderes europeus denunciaram este ataque, que ocorre três semanas depois de o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ter sofrido uma tentativa de assassinato a tiros que o obrigou a votar neste sábado do hospital onde está internado.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou o “ato vil”, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou um ataque “inadmissível”.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediu na sexta-feira que Frederiksen “seja forte” e escreveu em uma mensagem na rede social X que "a violência não tem lugar na política".
Em 2019, Frederiksen se tornou a primeira-ministra mais jovem da história da Dinamarca.
A social-democrata foi reeleita nas eleições legislativas de 2022.
O incidente ocorreu depois de vários políticos de diferentes correntes terem sido atacados na Alemanha, no âmbito das suas atividades habituais ou durante a campanha para as eleições europeias.
L.Panchal--BD