Coalizão do governo sofre revés nas eleições nacionais e regionais na Bélgica
A coalizão de esquerda-direita do primeiro-ministro cessante, Alexander De Croo, sofreu um revés nas eleições legislativas da Bélgica neste domingo (9), coincidindo com as eleições europeias e marcadas pelo aumento da extrema direita e a queda dos ecologistas.
A Bélgica é um país de 11,7 milhões de habitantes dividido entre a zona de língua holandesa de Flandres, no norte do país, e a Valônia, no sul, onde a população fala francês.
Uma contagem quase total dos votos mostrou o partido flamenco de extrema direita Vlaams Belang (VB) atrás dos conservadores do N-VA em Flandres e o Parlamento Nacional.
O VB, aliado na Europa do Agrupamento Nacional francês, obteve cerca de 22% dos votos na Flandres, enquanto o N-VA alcançou 25%, segundo os resultados da maioria das seções eleitorais flamencas.
O líder do N-VA, o prefeito de Antuérpia Bart De Wever, é candidato a primeiro-ministro em substituição ao liberal flamenco De Croo.
"Foi uma noite particularmente difícil para nós, o sinal dos eleitores foi claro", reagiu De Croo, enxugando uma lágrima, diante de militantes de seu partido Open VLD, que recebeu menos de 8% dos votos.
O primeiro-ministro reconheceu sua derrota e deve apresentar sua renúncia ao rei Felipe na segunda-feira, abrindo um período de incerteza para formar um novo governo.
A Bélgica levou 493 dias para formar uma coalizão de governo após as eleições de 2019.
Com o aumento do apoio à extrema direita em Flandres e o avanço da esquerda na Valônia, há receios de que esta situação se repita ou que o recorde estabelecido entre 2010 e 2011, quando os políticos demoraram 541 dias para formar um governo, possa até ser superado.
Na Valônia, o liberal Movimento Reformador (MR) superou o Partido Socialista ao receber cerca de 30% dos votos e ficar em primeiro lugar, com quase todos os colégios eleitorais apurados.
O MR também lidera a votação em Bruxelas e surge como um ator-chave nas conversações para formar um novo governo.
H.Oommen--BD