Chanceler israelense ameaça Hezbollah libanês com 'guerra total'
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse, nesta terça-feira (18), que o movimento Hezbollah seria destruído no caso de uma "guerra total", à medida que as tensões aumentam na fronteira comum com o Líbano após trocas de tiros entre o grupo e forças israelenses nas últimas semanas.
"Estamos muito próximos do momento em que decidiremos mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano. Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será duramente atingido", disse Katz, de acordo com um comunicado do seu gabinete e na rede X.
De acordo com o ministro israelense, o chefe do Hezbollah, Hasan "Nasrallah, se vangloria hoje [terça-feira] de ter fotografado os portos de Haifa, operados por grandes empresas internacionais chinesas e indianas, e de ameaçar danificá-los".
Um pouco antes e coincidindo com uma visita de Amos Hochstein, enviado especial do presidente americano Joe Biden, a Beirute para tentar diminuir a tensão na fronteira entre Israel e Líbano, o Hezbollah havia publicado imagens que, segundo o movimento, foram feitas com um drone sobre Haifa, uma cidade portuária do norte de Israel.
No vídeo, que a AFP não conseguiu verificar de forma independente até o momento, o Hezbollah identifica alguns locais como infraestrutura militares e energéticas, e outros, como instalações civis.
Hochstein se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém na segunda-feira e depois viajou para o Líbano.
"O conflito (...) entre Israel e o Hezbollah já durou muito tempo", disse Hochstein em Beirute, onde se reuniu com o presidente do parlamento, Nabih Berri.
A situação é "grave", disse Hochstein, acrescentando que Washington quer evitar "uma guerra em grande escala".
A fronteira entre Israel e o Líbano tem sido palco de trocas de tiros quase diárias desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, em 7 de outubro.
O Hezbollah, aliado do Hamas, afirma ter lançado mais de 2.100 operações militares contra Israel desde 8 de outubro. O movimento xiita, aliado do Irã, intensificou seus ataques a instalações militares no norte de Israel na semana passada, após a morte de um alto comandante em um bombardeio israelense.
Pelo menos 473 pessoas foram mortas no Líbano após mais de oito meses de ataques transfronteiriços, a maioria combatentes, mas também 92 civis, de acordo com estimativas da AFP.
Do lado israelense, pelo menos 15 soldados e 11 civis foram mortos, segundo as autoridades.
G.Tara--BD